27/09/2024
O professor do IMPA Tech Uéverton Souza foi diplomado como membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências (ABC), na última quinta-feira (19). Cientista da computação pela UFF, Uéverton atua na área de algoritmos e complexidade. O mandato vai até 2028.
“Para mim, é um momento de extremo orgulho porque são jovens pesquisadores até 40 anos selecionados por grande área. Eu fui selecionado representando a área de Ciências da Engenharia, na região do Rio de Janeiro. Primeiramente, isso mostra que estou no caminho certo, estou fazendo a pesquisa da forma correta e evidencia o reconhecimento da comunidade, porque também tem a indicação de um membro titular da ABC.”
O professor enxerga a nomeação como uma oportunidade de participar mais da vida acadêmica e firmar trocas com pesquisadores de outras áreas. “O meu primeiro grande objetivo é me inserir mais na academia. Quando terminamos o doutorado, começamos a lecionar, nós ficamos muito imersos dentro da nossa área. Agora, é uma oportunidade de conhecer também outros pares, conhecer pessoas de outras áreas. É também uma grande oportunidade de fazer networking.”
Além do intercâmbio científico, o mandato de membro afiliado é encarado por Uéverton como uma possibilidade de desenvolvimento pessoal na sua área. Além disso, aprofundar a discussão sobre a computação na perspectiva teórica também é uma expectativa do professor. “Tenho a sensação de que tenho que fazer acontecer, tenho que fazer mais. A minha área é mais teórica dentro da computação então é uma oportunidade de trazer mais informação sobre os fundamentos matemáticos da computação. Quando se fala de computação todo mundo pensa em IA, então essa é uma boa oportunidade de mostrar que tem muito mais além de inteligência artificial.”
Outro ponto que o professor do IMPA Tech destaca na conquista da filiação é a sua passagem pelo sistema de formação à distância. Graduado em Tecnologia em Sistemas de Computação pelo Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro (Cederj), Uéverton comemora o reconhecimento do trabalho de um pesquisador com formação semipresencial.
O cientista fez parte da 3ª turma a se formar no Cederj (polo de Três Rios) como uma alternativa para driblar as dificuldades financeiras que impediam o seu acesso a universidades de cidades próximas. Depois, já na pós-graduação — no mestrado e doutorado — Uéverton ingressou no modelo convencional, em regime presencial.
“Acho que uma das coisas inusitadas da minha trajetória é essa [graduação à distância]. O Cederj é relativamente recente, a Universidade Aberta do Brasil foi criada depois e aí englobou o Cederj. No início, todo mundo era um pouco descrente sobre o futuro dessa iniciativa. Depois de pouco mais de dez anos, esse é um grande exemplo de que o sistema permite a formação de bons pesquisadores. Eu acho que o sistema a distância é interessante para formar pesquisador, porque é preciso pesquisar sem ter alguém ali para te explicar como é, como funciona. De certa forma, contribui para o perfil de pesquisador, talvez.”
Sobre as atividades do IMPA Tech, ele conta ter acolhido o projeto e estar otimista com a proposta. “Acho a ideia muito boa de reunir os melhores alunos do Brasil no mesmo lugar. A minha expectativa é que o IMPA Tech voe alto.”
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