Projeto Xenolinguística: turma 2025 apresenta prévia de trabalhos 

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20/5/2025

O Projeto Xenolinguística está de volta ao IMPA Tech. Nesta segunda-feira (19), estudantes da turma 2025 apresentaram as atividades em andamento na disciplina Habilidades Linguísticas, ministrada pela professora Cilene Rodrigues. Os projetos consistem na criação de línguas hipotéticas, as “línguas alienígenas”, que possuem sintaxe similar à das línguas humanas, para oferecer ferramentas de aprendizagem da gramática aos alunos.

“Os trabalhos deste semestre estão muito bem referenciados. Os alunos estão fazendo projetos de imaginação, mas com base em pesquisa científica, que é o que esperamos. Eles estão se desenvolvendo bem, seja na parte de exposição oral, com habilidades de apresentação e estrutura de pensamento, como na consciência gramatical”, disse a professora.

Assim como no semestre anterior, os trabalhos seguiram caminhos diferentes e cada grupo desenvolveu uma língua focada em necessidades específicas, com morfemas e regras gramaticais que atendem os povos e civilizações retratadas. Impactos da inteligência artificial na sociedade, futurismo e adaptações aos aspectos biológicos e geográficos foram alguns dos tópicos abordados.

O grupo do jovem Matheus de Carvalho criou uma língua para seres que habitam uma lua fictícia, com inspirações no filme Avatar. “Autores de ficção científica se propõem a criar planetas e criaturas para ter um plano de fundo para suas histórias, então sempre tive interesse por isso. Gostei bastante da proposta”, disse.

Já o grupo da aluna Nicole Freire se inspirou num anime para desenvolver o projeto, que criou um ser de corpo fluido. “Aprender como uma língua funciona é muito inovador. Utilizamos diferentes ideias e conhecimentos no projeto e ao imaginar nossa criatura. Fomos resolvendo os problemas conforme foram surgindo”, disse.

Para além da apresentação de slides, os alunos materializaram a criação em uma impressão 3D, a partir dos conhecimentos adquiridos na disciplina de Introdução a Laboratório. “Os softwares utilizados, as habilidades e ideias de como usá-los… tudo veio do que aprendemos aqui, assim como os programas, que são os recomendados pelos professores, e toda a base teórica de como trabalhar e desenhar modelos”, acrescentou.

Para a professora Cilene, a interdisciplinaridade é uma das responsáveis pelo sucesso da atividade. “Eles precisam pensar num sistema de comunicação também como um processo adaptativo em um ecossistema, então envolve física, química e biologia. O projeto envolve a criação de um planeta, uma criatura e seu sistema linguístico. Acho que essa união de várias áreas do conhecimento é o que de fato pode solidificar o conhecimento no indivíduo, não apenas aprender unidades do conhecimento separadas”, disse.

Além da professora, os auxiliares da disciplina e estudantes da turma de 2024 acompanharam as apresentações desta segunda-feira. A integração das duas turmas também foi pensada de forma estratégica para trabalhar a interdisciplinaridade. “Outros estudantes vieram assistir e trocar ideias com os calouros. Como eles já fizeram o projeto, podem ajudá-los e fazer contribuições aos trabalhos. A única exigência foi que fizessem perguntas em inglês”, disse Cilene, reforçando a ideia de desenvolver diferentes áreas do conhecimento.

Ao final do período, os graduandos vão apresentar a versão final do trabalho, já com a incorporação dos ajustes recomendados nesta etapa e com a inclusão dos novos conhecimentos adquiridos em sala de aula. 

No ano passado, jovens da primeira turma do bacharelado também criaram e apresentaram suas línguas. Em julho de 2024, aconteceu a 1ª Mostra de Xenolinguística do IMPA Tech, nas salas de aula do Porto Maravalley. Em setembro do mesmo ano, alunos levaram a interdisciplinaridade para o palco do FestMat, na Marina da Glória.

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