27/05/2024
Nascida em Caratinga, no interior de Minas Gerais, Maira Merces Costa Araujo, 23 anos, nunca imaginou que participaria de um momento tão marcante para a matemática brasileira como foi a inauguração do IMPA Tech, em abril de 2024. Ao lado do presidente Lula e do diretor-geral do IMPA, Marcelo Viana, Maira esteve no palco e celebrou o início do ano letivo do bacharelado em Matemática da Tecnologia e da Inovação, no Porto Maravalley. “Até agora não caiu a ficha”, afirmou.
Aos 2 anos de idade, a mineira se mudou para Inhapim (MG), onde cresceu e estudou até a conclusão do Ensino Médio na rede pública, na Escola Estadual Doutor Guilhermino De Oliveira. Maira sempre teve facilidade em aprender coisas novas, mas foram os professores que incentivaram sua participação na OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas), no 6º ano do Ensino Fundamental, em 2012. A aluna, que nunca tinha participado de outras olimpíadas do conhecimento, passou para a 2ª fase da competição e conquistou uma medalha de bronze.
A partir de então, Maira se envolveu com a olimpíada e participou de todas as edições da OBMEP até a conclusão do Ensino Médio. A cada ano, uma nova conquista: foram 7 medalhas ao todo, sendo 4 de prata e 3 de bronze.
Em 2019, começou uma graduação em Matemática pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), graças à bolsa de iniciação científica que recebia. Maira contou que o apoio financeiro recebido pelo PICME (Programa de Iniciação Científica e Mestrado da OBMEP) foi fundamental para possibilitar sua estadia na cidade.
“Minha escolha foi muito influenciada pelas minhas conquistas na OBMEP. Decidi estudar no UFRJ pela proximidade ao IMPA. Então, se quisesse seguir uma carreira acadêmica na matemática, já estaria no Rio de Janeiro para emendar no mestrado, no doutorado. Achei que seria um bom lugar”, afirmou.
Após alguns anos na UFRJ, Maira precisou sair da faculdade para cuidar da sua saúde, em 2022. “Não estava conseguindo seguir com o PICME e com os estudos na graduação. E era a bolsa de iniciação científica que possibilitava a minha estadia no Rio. Então, voltei para Caratinga, porque minha família tinha voltado para lá e fiquei trabalhando”, afirmou.
No ano seguinte, com o anúncio do IMPA Tech, surgiu uma nova chance. Com o auxílio financeiro e moradia garantida para os estudantes, Maira ficou empolgada com a novidade. “Quando o IMPA Tech foi divulgado, com a bolsa, vi uma oportunidade, porque era a única chance de conseguir estudar sem trabalhar. É muito complicado conciliar os dois, o tempo para dedicação não é o mesmo. Hoje em dia o auxílio é fundamental para me manter aqui”, completou.
Apesar das dificuldades, Maira afirmou que manter uma rotina de estudos diária é muito importante para obter sucesso nas disciplinas. As aulas práticas também são o ponto alto da graduação, com laboratórios e equipamentos tecnológicos. “Aqui, consigo fazer experimentos com mais qualidade e precisão. Os resultados são rápidos e mais precisos”, disse.
Agora, cursando Matemática da Tecnologia e Inovação, a estudante enxerga seu futuro com mais esperança. Maira quer fazer a ênfase em Ciência da Computação ou Ciência de Dados e, após a graduação, deseja trabalhar em empresas de tecnologia ou seguir uma carreira acadêmica.
A mineira disse que estudar pelo Portal da OBMEP foi fundamental para o seu desenvolvimento na área, e deixou um conselho para os estudantes que também desejam estudar matemática. “Ser interessado é muito importante. Nunca desista dos seus sonhos logo no início. Acho que o que faz a gente chegar nos lugares é o quão interessado você está naquilo. Apesar dos desafios, é o interesse que nos faz correr atrás”, concluiu.
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