08/10/2024
A 1ª edição do Modelo das Nações Unidas reuniu os alunos do IMPA Tech em rodas de debate na manhã desta terça-feira (8). A atividade faz parte da disciplina de Habilidades Linguísticas e buscou ensinar os estudantes a lidar com situações formais de discussão e resolução de problemas. Divididos em grupos nas salas de aula do Porto Maravalley, os graduandos formaram três assembleias: Caminhos para ensino gratuito e de qualidade; Má distribuição de alimentos; e Criação de uma Lei geral de proteção de dados.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma lista de 17 metas globais estipulada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2015, foram pontos que guiaram os debates. A partir de pesquisas histórico-sociais, os alunos se dividiram em delegações de países e discutiram acordos internacionais, compromissos históricos e possíveis alternativas sustentáveis para problemas do nosso tempo. Exemplos reais foram objetos de debate, como a volta do Brasil para o mapa da fome em 2022 e a aprovação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) em 2018.
A aluna Adriana Kaminsky atuou como parlamentar da delegação dos Estados Unidos na cúpula sobre educação. Para ela, a proposta foi desafiadora, principalmente por ter que se colocar na posição de um outro país. “O mais difícil foi assumir uma postura que não concordo. O principal objetivo foi entrar no personagem de um diplomata e, para isso, é preciso defender coisas que nem sempre são seus ideais.”
Já a estudante Lucía Gutierrez, subsecretária da comissão de educação, estudou previamente sobre o tema para entender como organizar a assembleia e manter a formalidade no debate. “Tive muito cuidado. Prestei atenção no que estava sendo falado e como os alunos se comportavam. O importante era manter as regras de decoro parlamentar e ser respeitoso, sem deixar que os parlamentares fizessem insinuações e críticas diretas”, explicou.
A professora Cilene Rodrigues, responsável pela organização da atividade, reforçou que uma graduação de caráter interdisciplinar é fundamental para formar os estudantes com humanidade e empatia. “Ao longo deste ano de trabalho, eles desenvolveram habilidades de comunicação e interagiram com temas abertos. Essas atividades são maneiras de trabalhar nosso comportamento profissional e pensar nossas pesquisas de base para discutir os desafios da humanidade”, disse.
Adriana Kaminsky também defendeu a formação interdisciplinar proposta pelo IMPA Tech. “Sou muito a favor de ter uma formação de humanas e linguagens dentro de um curso de exatas porque uma pessoa nunca é apenas uma coisa. Um matemático não é só um matemático. Precisamos aprender a ser uma boa pessoa para ser um bom profissional”, acrescentou.
Em 22 de outubro, as delegações realizam novas cúpulas para discutir e negociar acordos de resolução dos problemas dos temas levantados, a partir de uma sumarização dos tópicos debatidos neste primeiro encontro.
As práticas de comunicação diplomática estão sendo trabalhadas desde o início do período na disciplina de Habilidades Linguísticas. Em setembro, a Cônsul-Geral de Portugal no Rio de Janeiro, embaixadora Gabriela Soares de Albergaria, participou de uma roda de conversa com os alunos e mostrou como o debate é utilizado para encontrar soluções e fortalecer as relações entre os países.
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